quarta-feira, 17 de agosto de 2016


Despedidas são necessárias.

     Era dez da noite, fazia frio lá fora, eu estava sentado sobre a sua cama desarrumada na esperança de sentir seu cheiro pela última vez antes de partir, eu necessitava partir, por mais que eu não quisesse era algo necessário, despedidas doem, mas sem elas não seriamos capazes de descobrir a alegria do reencontro ou até mesmo de um novo encontro. Saí pela porta dos fundos antes que você chegasse, eu não suportaria a dor de te falar um adeus, quando na realidade um “eu te amo” era o que minha boca sentia desejo em dizer. Liguei o carro e acendi um cigarro, queria me diluir como a fumaça daquela droga, queria transcender e sumir daquele lapso temporal em que me encontrava, de nada adiantou, meu corpo estava longe de você, no entanto minha mente continuava em cárcere ao seu lado. Enquanto estava no carro, decidi ligar o rádio para que o som de alguma melodia pudesse entrar na minha mente e fizesse eu esquecer a dor que era te deixar, novamente de nada adiantou, Nando Reis me fez vivenciar novamente toda aquela dor... Desliguei o rádio e segui a viagem em silêncio, as lágrimas em meu rosto tomaram conta da minha face, queria me manter forte, queria ser forte neste momento de tanta angustia... mas eu era humano, e por ser apenas um humano eu não sabia lidar com aquilo, quem dera eu ter nascido poeta para saber escrever ao menos um poema para lembrar de você depois que o esquecimento te encontrasse primeiro e após viesse me visitar. Eu te amava, sempre te amei, mas precisava partir, você era algo tóxico, um mar de ilusões na qual eu mergulhei sem saber a profundidade, agora eu estou aqui, aos prantos dentro de um automóvel que me levara para algum lugar bem distante de você. Você que um dia me fez tão feliz, hoje me corrói com a sua particularidade egocêntrica, mas eu te amo mesmo assim, pois assim é o Amor, um eterno labirinto na qual devemos nos perder para que alguém nos ache. E eu sigo assim, com essa dor no peito na certeza de que um dia ela passe, um dia ela passará, e eu irei te reencontrar e rir de tudo isso que passamos juntos. Mas até lá... serei como um verbo transitivo necessitando sempre de um completo. 


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