Mentes em choque.
Em uma noite qualquer me
deparei com um viajante, ele tinha um largo sorriso em seu rosto e
demonstrava ter um conhecimento de mundo bem amplo. Iniciei o dialogo
meio despreocupado, precisava saber o que ele tinha vivido para ter
adquirido tanta experiência em tão pouca idade. Então, ele me
contou de suas aventuras, mas por mais que ele me contasse do que
havia vivido, sua intimidade continuava guardada a sete chaves,
havia algo em seu Ser, um compartimento que ele não me permitia
adentrar. Quando toquei neste aspecto ele se assustou, e como uma
máquina robótica qualquer, ativou seu modo de ataque, ou melhor o
seu modo de autodestruição, logo não entendi ao certo porque dele
utilizava metáforas para dialogar comigo, mas com o decorrer da
conversa eu pude perceber que aquilo era uma barreira, algo que se
levantava sempre que alguém tentava penetrar os seus sentimentos.
Ele me disse que a autodestruição era necessária, e com as suas
próprias palavras, dizia em alto e bom som “Eu me destruo o tempo
todo”, como pode uma pessoa tão sabia se destinar a destruição?
Após o encontro com este viajante, eu fui embora, porém minha mente
continuava ligada a ele. Logo eu compreendi, sua experiência vinha
daquilo que ele tanto queria esconder, seus sentimentos eram sua
essência, o Amor que corria em sua fala tão dócil era o mesmo que
circulava em suas artérias. E como num sonho translúcido uma voz
chamada consciência me fez perceber que a autodestruição é
necessária para que possamos nos reinventar e nos permitir a
vivenciar coisas novas infinitamente, se você for o mesmo a vida
toda, esta indubitavelmente fadado ao sofrimento, permita-se ser um
novo alguém a cada nascer de sol e aproveitará a vida na sua
totalidade. E assim, uma breve conversa de dez minutos, trouxe uma
enorme bagagem de conhecimento para a minha vida. Quem é esse
viajante? Eu não sei. Só sei que era poeta.
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